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terça-feira, 19 de junho de 2012

A balança das palavras

Conta-se que um homem, ao morrer, encontrou-se num vasto campo, onde outras almas aguardavam que os anjos do Céu viessem buscá-las.

Embora essas almas viessem de todas as partes do mundo, falavam uma só língua. Bem na frente da fila, ele pôde ver que umas poucas subiam alegres para o Céu, enquanto muitas, aos gritos, eram levadas para um grande abismo.

“Meu Deus, para onde irei? Para onde serei levado quando chegar a minha vez?”, pensou ele.

Enquanto olhava atentamente o destino das almas, reparou que para cada uma havia uma balança de pratos, que ora pendia para um lado, ora para o outro, decidindo assim o destino daquela pessoa.

Muito aflito, perguntou a quem estava ao seu lado:

- Você saberia me dizer o que significa aquela balança? O que ela pesa?

- Não sei ao certo, mas acredito que seja a balança da caridade. Ela pesa a quantidade de caridade que alguém pratica na vida. Se alcançar um determinado valor, a pessoa é levada para o Céu. Se não alcançar, vai para as trevas respondeu o outro.

- Não, disse a alma da frente, que ouviu a conversa não pode ser a balança da caridade. Eu morri num acidente de trem juntamente com muitas outras pessoas. Viajava conosco um homem muito rico. Ele era famoso por toda a caridade que fazia. Construiu igrejas, hospitais, orfanatos e escolas. Mas, para minha surpresa, vi que a balança pendeu contra ele, lançando-o no abismo. No entanto, uma senhora idosa, que se sentava ao meu lado no trem e que era muito pobre, foi levada para o Céu.

- Talvez então seja a balança da pobreza, e só os pobres subam para o Céu – concluiu o homem.

Naquele ambiente de aflição, havia um homem na fila que tinha paz. Seu rosto era tranquilo e seus olhos tinham um brilho radiante. Aquela alma desesperada se aproximou dele e implorou:

- Tu, entre todos nós aqui, és o único que pareces estar confiante de que não serás lançado no abismo. Dize-nos: sabes o que pesa aquela balança?

- Certamente que sim. Eu sabia que ela estaria na porta de entrada do Céu. Esta é a balança das palavras. Ela pesa tudo que dissemos em nossa vida terrena. As boas palavras e também as palavras frívolas de cada um de nós. Ora, a boca fala do que o coração está cheio. São, portanto, as palavras à expressão do coração de cada um, e são elas que nos condenam ou nos absolvem.

- Mas como podes ter certeza de que falaste, nos tantos anos de vida, mais palavras boas que más? Nos momentos de aflição, de raiva ou de simples conversas corriqueiras, é tão comum se falar palavras frívolas!

- Certamente a balança penderá para o meu lado, e não há a menor dúvida no meu coração. Entre todas as palavras que existem, há aquelas que pesam mais que quaisquer outras. São as mais lindas que disse em toda a minha vida, e vieram do mais profundo do meu coração. Elas têm peso maior do que qualquer outra palavra frívola que porventura eu tenha pronunciado em um momento de fraqueza.

- Dize-me, então, que palavras são essas. Talvez eu as tenha dito – pediu o homem.

- Amigo, creio que se algum dia as tivesse pronunciado, jamais as teria esquecido. As palavras são: Jesus Cristo, eu Te aceito como meu Salvador pessoal. Entrego-Te a minha vida de todo o meu coração. “Salva a minha alma, Senhor, porque sou um pecador.”

Disse Jesus: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado”.

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